História

“Il cuore” pulsando na Avenida Ipiranga – O Teatro Itália

Por Antonio Luís de Quadros Altieri, em 18/04/2022.

O Teatro Itália surgiu para a crítica especializada em 1966. Sábato Magaldi e Maria Thereza Vargas fazem menção à inauguração do espaço em sua obra “Cem anos de Teatro em São Paulo”. Assim, anunciam o evento:

“O Itália, na Avenida São Luís, 50, subsolo, dispõe de 320 lugares, um palco razoável de 12 m de abertura, 8 m de fundo e 4,5 m de altura. Deveu-se a construção ao Circolo Italiano e ao Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro, cabendo a primeira direção da sala a Edoardo Bizzarri, ao jornalista Franco Cenni e ao cenógrafo Aldo Calvo. A inauguração não se dá com Teatro, mas com músicas folclóricas e renascentistas, a cargo de Inezita Barroso, do coral do ICIB, de Luigi Casale e Fritz Jang (Pág. 367, 2ª edição - São Paulo: Editora SENAC, 2001).

O coral do ICIB fora criado e dirigido pelo Maestro Walter Lourenção. Nesse ano, Inezita lançou seu disco “Vamos Falar de Brasil, novamente”, com 12 faixas, em vinil. Revelou-se, desde a inauguração, portanto, uma vocação pulsante, inclusiva, abrangente, pois o espaço abrigou espetáculos de música e de teatro, assim como exposições de obras artísticas. Fezse assim, parte da história artística da metrópole paulista, e da memória significativa da arte brasileira.

 

Na década de sessenta

Logo no início das atividades, ainda em 1966, estreou o espetáculo “Somos todos do Jardim da Infância”, com direção de Silnei Siqueira. O elenco contava com Analy Alvarez, Antonio Petrin, Isa Kopelman e Humberto Magnani, entre outros. A referência à canção era explicitada no canto inicial da peça. Tratava-se de uma crônica com recordações da adolescência, em que Domingos de Oliveira, o autor, revelava com ternura algumas memórias dos tempos de vestibular de engenharia (Teatro da Juventude, Ano 2, número 10, fevereiro de 1997, pág. 39/61) - uma marcha cantada por Orlando Silva (Orlando Silva - JARDIM DA INFÂNCIA - marcha de Nássara e Cristóvão de Alencar - gravação de 1939 - PlayChat ) era entoada pelos artistas:

“Nós somos todos do Jardim da Infância, Crianças lindas da cabeça aos pés. Somos alegres, temos elegância, Voltamos sempre só depois das dez. Nosso estandarte, é um buquê de flores, Pois este bloco tem um ideal. Quem vem na frente são os professores, Anunciando o nosso Carnaval. Nós já sabemos soletrar o beabá, Um b com a, faz beabá. Nós já sabemos fazer conta de somar, De dividir e de multiplicar. Agora só nos falta aprender, A conjugar, o verbo amar”.

Era também o Jardim da Infância do Teatro Itália. E, logo em seguida, já em 1967 e sob a direção de Alfredo Mesquita, estreou o espetáculo “A mentira”. A autora, Nathalie Sarraute, já naquela época, tecia considerações sobre a verdade e a mentira, sobre o quanto aquilo que é chamado de verdade depende da linguagem e de sua submissão a serviço do que seja verdadeiro, ou falso. Nesse mesmo ano também ocorreu a 1ª Exposição de artistas surrealistas do Brasil, acolhida pelo Teatro Itália, com obras de Gilson Barbosa e Maria Martins – artista que viveu e colaborou com André Breton, Marcel Duchamp e Piet Mondrian ( AniMAM – Maria Martins – MAM Rio ).

No marcante ano de 1968, estreou o espetáculo que se pôs em carreira durante maio e até agosto. “Réquiem para uma Noite de Sexta-feira" foi encenado com Direção de Roberto Vignati, tendo Eraldo Rizzo [David]; Felipe Carone [Max]; Lélia Abramo [A mãe]; Mauro Mendonça [Sholem] no elenco ( Koha online catalog › Details for: Requiém para noite de sexta-feira (museus.gov.br) ). O texto é de autoria de Germán Rozenmacher, um argentino judeu que cria serem peronismo e revolução a mesma coisa e que rechaçava a violência (Germán Rozenmacher - EcuRed ). Nesse mesmo ano de 1968 ocorreu a 2ª Exposição de Pintores Surrealistas do Brasil, com a presença de obras dos artistas: Ferenc Kiss, Gilson Barbosa e Luis Fernando Penteado.

1969 é marcado por um “Ato Sem Perdão”. Tratava-se de espetáculo de teatro cuja autoria é de Sófocles - Antígona. Com adaptação de Milor Fernandes, José Renato dirige a encenação, que contou com cenografia e figurinos do marcante pesquisador inquieto dos espaços e formas, Flávio Império. A iluminação de Rubens F. Almeida, com trilha sonora a cargo de Gilberto Mendes (Koha online catalog › Details for: Ato sem perdão / (museus.gov.br) ). No elenco Ana Lúcia Vasconcellos (Ismênia; Eurídice; Prólogo e Coro), Claudio Lucchesi (Mensageiro; Prólogo e Coro), Edgard Gurgel Aranha (Tirésias; Guarda; Prólogo e Coro), Eva Wilma (Antígona; Prólogo e Coro), Leonardo Villar (Creonte; Prólogo e Coro) e Odavlas Petti (Hemón; Mensageiro; Prólogo e Coro). Eva Wilma já havia trabalhado com José Renato nos primórdios do Teatro de Arena de São Paulo (Atriz Eva Wilma narra prólogo da peça "Ato sem Perdão" - TV UOL ). Acontece também a exposição Artistas Pioneiros da Arte Fantástica no Brasil, que contou com obras dos artistas Niobe Xandó e Wesley Duke Lee.

Na década de setenta

1970“Os Olhos Vazados” inauguram os anos setenta nos palcos do Teatro Itália. Autoria deJean Cau, que era assistente de Sartre, até 1957, e que teve um contestado percurso intelectual na França. A direção foi de Emílio de Biasi. Rildo Gonçalves, Lélia Abramo, no elenco. Diz Walter Franco remetendo à época, recém-saído da Escola de Arte Dramática: “Eu me formei, comecei a trabalhar na criação de músicas para peças, como Os olhos vazados, de Jean Cau, com direção de Emílio Di Biasi” (''Censura estética é tão perigosa quanto a política'', disse Walter Franco (correiobraziliense.com.br) ). Lélia foi premiada / 1970 - São Paulo SP - Olhos Vazados, de Jean Cau - Prêmio Moliére de Melhor Atriz (https://2.bp.blogspot.com/- W7HBwDOAXb0/UV7aS33wG2I/AAAAAAAArn0/IHHXgEcTVyo/s400/lelia-rildoolhosVazados.jpg). Na televisão, em 1968, houve uma filmagem que tem referência em (Les yeux crevés (TV Movie 1968) - Full Cast & Crew - IMDb).

1971 a 1973 – A presença de Antunes Filho.

Em 1971 o Teatro Itália é palco do início de um percurso criativo do diretor Antunes Filho. Peer Gynt é produzido e encenado por Antunes e marca um divisor significativo para o teatro brasileiro:

“A produção mais notável do Ibsen no Brasil ocorreu em São Paulo em 1971. O diretor Antunes Filho colocou Peer Gynt no cenário histórico binário da censura militar e da emancipação mundial. Nesse contexto, Peer Gynt tornou-se uma personificação egoísta e hedonista e espelho de uma classe alienada de cidadãos brasileiros. A performance, seu intenso processo de ensaio e o trabalho de preparador de elenco do ex-aluno de Stanislavsky, Eugenio Kusnet, marcaram o início de uma nova era estética no teatro brasileiro”. (TEREZA MENEZES na publicação BookGlobal Ibsen - Antunes Filho’s Peer Gynt: A Remarkable Production of Ibsen in Brazil (taylorfrancis.com).

O próprio Antunes Filho é quem afirma que, talvez, não tivesse chegado a Macunaíma se não tivesse feito Peer Gynt (entrevista concedida para o Jornal Folha de São Paulo, em 08/03/2009, https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2009/03/446537-paraantunes-filho-macunaima-marcou-o-fim-de-seu-trabalho-com-pecas-comerciais.shtml). O palco do teatro Itália recebeu o Texto de Henrik Ibsen, com tradução de Léo Gilson Ribeiro, direção de Antunes Filhos, cenário de Laonte Klawa, figurino de Maria Bonomi, luz de Renato Pagliaro, trilha sonora de Diogo Pacheco. No elenco atuaram: Ariclê Perez, Clarice Piovesan, Ewerton de Castro, Isadora de Faria, Ivete Bonfá, Jonas Bloch, Paulo Hesse, Ricardo Blat, Roberto Frota, Stênio Garcia. Foram concedidos os prêmios de Melhor direção ((Prêmios Governador do Estado; Molière e Associação Paulista de Críticos Teatrais - APCT); melhor figurino (Prêmios APCT e Governador do Estado); atriz revelação pera Isadora de Faria (Prêmio APCT - revelação) e melhor ator para Stênio Garcia (Prêmios APCT e Molière).

Ainda no mesmo ano, Antunes encena no palco do Teatro Itália a peça “Corpo a Corpo” de Oduvaldo Vianna Filho. A cenografia também foi de Maria Bonomi, com iluminação de Renato Pagliaro (novamente) e direção musical de Tunica. No elenco Juca de Oliveira (Prêmio Governador do Estado) e Sônia Teresa. Sobre o texto, dizia Vianinha:

“Com “Corpo a Corpo” pretendo pôr a bola no chão. Eu não sei o que faria se estivesse no lugar de Vivacqua, o personagem de “Corpo a Corpo”. A sua falta de saída é objetiva, seja ele bom, mau, médio caráter. N caráter. As armas que ele sabe usar bem, as armas que lhe dão objetividade no mundo, que lhe dão referências, as armas que ele utiliza e através das quais ele é ser humano, é ser social, são as armas de um jogo que ele detesta. Então - ou ele deixa seus instrumentos de objetivação e se torna um ser em abstrato, em casulo, ou então, usa suas armas, objetiva-se, existe e mantém o jogo que ele detesta. Agora, o que é mais importante, é que as coisas são assim, mas com mil camadas intermediárias que possibilitam a liberdade humana, as decisões e aí sim, as avaliações de personalidade. Mas o quadro em que ele existe é esse” (Oduvaldo Vianna Filho. “O meu corpo a corpo”. Revista da SBAT (Sociedade Brasileira de Autores Teatrais). N. 387 Maio e Junho de 1972. página 29. Apud O CORPO A CORPO DE UM DRAMATURGO EM TEMPOS SOMBRIOS. CONCEPÇÕES DRAMATÚRGICAS NO TRABALHO DE ODUVALDO VIANNA FILHO NA FASE PÓS AI- 5 Maria Sílvia Betti em O CORPO A CORPO DE UM DRAMATURGO.pdf (usp.br)).

1971 foi o ano em que a rebelião e a alienação, as condições objetivas e as ações possíveis foram postas à prova no espaço do Teatro Itália. O palco recebeu uma carga de humanidade possível diante da evidência dos limites impostos às ações. E essa pesquisa proporcionou rumos dramatúrgicos e encenadores, entre outros.

O mesmo Antunes Filho volta a dirigir espetáculo em 1972 no Teatro Itália. Ainda mais uma vez com a montagem de um texto de Vianinha – “Em família”. Dessa vez com um grande elenco, mais uma vez premiado. Atuaram no espetáculo: Carmen Silva, Cláudia de Castro, Dirce Millitello, Isadora de Faria, Juarez Semog, Liza Vieira, Mário Rezende, Matilde Lasse Lopes, Mauro Mendonça (Prêmios Governador do Estado de São Paulo e Associação Paulista de Críticos Teatrais - APCT), Paulo Autran, Pedro Cassador, Pedro Gabriel de Sales e Walter Stuart. A produção providenciou uma grande equipe: Direção (assistente) Afonso Gentil, Cenografia José de Anchieta, Cenografia (assistente) Acácio Vallim Júnior, Célia Maria de Conte, Dimer Monteiro, Expedito Andrade e José Luiz Franca, Cenotécnica Juarez Semog, Criação de bonecos José de Anchieta, Figurino Karin Rodrigues, Costureira Maria Fernandes, Iluminação Renato Pagliaro (pela terceira vez consecutiva atuando no teatro), Iluminação (assistente) Expedito Andrade, Maquiagem Leontij Timoszczenko, Direção musical Afonso Gentil, Trilha sonora Afonso Gentil, Direção de produção Carlos Duarte Quintella e Fotografia Derli Barroso. O Teatro Itália vinha movimentando, então, um grande grupo de artistas.

Ainda em 1972, Antunes Filho dirige, também, “O Estranho Caso de Mr. Morgan”. Esse texto de autoria de Anthony Shaffer teve tradução de João Bethencourt, Direção (assistente) Isa Kopelman, Cenografia José de Anchieta, Iluminação Renato Pagliaro, Trilha sonora Edilson Tadeu. O elenco contou com Marcos Dwight, Renato de Azevedo e Sérgio Viotti (https://1.bp.blogspot.com/- YStB_Lfy_28/UKMLaPLuRdI/AAAAAAAAc3Q/2_DvRjb436I/s1600/ney-viottiMrMorgan.jpg).

“CHECK-UP”, de Paulo Pontes é encenada em 1973. O Elenco foi formado por Aizita Nascimento, Jairo Arco e Flexa, Jonas Mello, Liana Duval, Paulo Hesse, Renato Restier e Walter Stuart. Mais uma direção de Antunes Filho, que, desta feita, foi assistida por Roberto Vignati. A cenografia continuou a cargo de José de Anchieta.

Fecha o ciclo 1971/73 outra encenação de Antunes: “Bodas de sangue” de Federico García Lorca. Nesse caso, há também o envolvimento de um número muito grande de artistas. Senão, veja-se: Direção (assistente) Antônio Mercado, Cenografia José de Anchieta, Figurino Lenita Perroy, Direção musical Paulo Herculano (Prêmio Associação Paulista de Críticos de Artes - APCA). O elenco reuniu um número significativo de atores e atrizes: Amaury Alvarez, Angela Falcão, Carlos Eduardo, Carlos Garcia, Cláudia de Castro, Flávio Cardoso, Flávio Siqueira, Jonas Mello, Linda Gay, Lucia Taques, Márcia Real, Maria Della Costa (https://3.bp.blogspot.com/- Et0zZ3m2LfU/VTRRMcfiAmI/AAAAAAABIsY/OgWnGRKmo6c/s1600/MDC-bodasmanchete.jpg), Mayara de Castro, Miriam Goldfeder, Ney Latorraca ( https://2.bp.blogspot.com/-eUdEkwye-dg/UKMLbrYlzmI/AAAAAAAAc3Y/nTUhIbiKJI/s1600/ney-maria-marcia-bodas.jpg), Rachel Araújo, Regina Helena, Sidnéia Rossi, Sônia Goldfeder, Teresa Cristina, Vicente de Luca e Zaira Cavalcanti. A produção foi de Sandro Polloni.

1973 – Interludio - “Nos fios tensos da pauta de metal / As andorinhas gritam / Por falta de uma clave de sol” - As andorinhas, Secos & molhados.

Em setembro de 1973 o Teatro Itália foi palco para o lançamento do primeiro álbum de um grupo que fez muito sucesso no Brasil. Trata-se do lançamento do primeiro álbum do grupo Secos & Molhados (que já tinha estreado no teatro Aquarius em agosto). O grupo era formado por Gerson Conrad (1952), no violão e vocal, João Ricardo (1949), no violão, vocal e gaita e Ney Matogrosso (1941), no vocal. Passaram, portanto, pelo palco, as canções “O Vira”, “Rondó do Capitão”, “Patrão Nosso de Cada Dia”, “Sangue Latino”, “Amor”, “Primavera nos Dentes”, a musicalização de poemas de Cassiano Ricardo (1895-1974), “Prece Cósmica e As Andorinhas”; Manoel Bandeira, “Rondó do Capitão”; Solano Trindade (1908-1974), “Mulher Barriguda”, e Vinícius de Moraes (1913-1980), “Rosa de Hiroshima”. Também, “Assim Assado” e “Fala”.

Breve resumo.

1975 foi o ano em que estreou o espetáculo “Roda Cor de Roda”. Antônio Abujamra (Premio Molière) dirige o texto de Leilah Assumpção, tendo no elenco Irene Ravache (Prêmios Molière, APCA e Governador do Estado de São Paulo), João José Pompeo, Lilian Lemmertz e Rolando Boldrin. 1978 foi o ano de “Vida de Palhaço” de Marcos Caruso, com direção do mesmo, e, Arthur Leopoldo, Giuseppe Oristanio e Noemi Gerbelli no elenco.

Na década de oitenta

Nos meses de março/abril de 1981, esteve em cartaz a peça “O dia que raptaram o papa”, de João Bethencourt. O elenco contava com: Dionísio Azevedo [Papa Alberto IV]; Etty Fraser [Sara]; George Otto [Davi]; Glauco Sassheler [Locutor]; Henrique César [Rabino]; José Renato [Voz do general]; Luiz Carlos Arutin [Samuel Leibowitz]; Luiz Guilherme [Voz do xerife]; Oduvaldo Silva [Locutor]; Oswaldo Barreto [Cardeal O'Hara] ; Tereza Teller [Miriam]. Em mais uma produção que envolveu um número significativo de artistas, participaram – Direção: José Renato ; Produção: Maré Produções Artísticas ; Cenografia: Flávio Phebo ; Figurino: Flávio Phebo ; Iluminação: Antonio Souza ; Sonoplastia: Paulo Weudes ; Contra-regra: José Gomes ; Cenotécnico: Aldemar Ferreira Lim ; Assistente de cenários: Carlos S ; Assistente de figurinos: Carlos S ; Bilheteria: Cotinha Oliveir ; Indicadora: Diva Bonfi ; Assistente de direção: Gisleide Athanási ; Porteiro: José Alves da Silv ; Assessoria de imprensa: Lyba Fridma ; Assessoria de imprensa: Nelson Vieir ; Administração: Regina Guimarãe ; Diretora de produção: Regina Guimarãe ; Camareira: Rita Lim ; Filme: Sebastião de Souz ; Fotos: Valdir Silv ; Confecção de figurinos: Zíri.

Em 1983 estreou o espetáculo “AMANTE S/A”, texto de Dave Froman e John Chapman com Direção de José Renato, que retorna ao Itália. No elenco Antonio Petrin, Cleyde Yáconis, Francarlos Reis, Jussara Freire, Lucia Mello, Marcos Caruso, Noemi Gerbelli e Suely Franco.

1984 marca a estreia de “O Peru”. Jacques Lagôa, Jussara Freire, Marcos Caruso, Riva Nimitz, Sandra Bréa, Sandra Breyer e Sebastião Campos atuaram sob a direção de José Renato. O espetáculo de Georges Feydeau, teve adaptação de Juca de Oliveira e cenografia de Flávio Phebo.

Já, “A herdeira” de Henry James, de 1985, teve tradução de Flávio Rangel e Ricardo Rangel, adaptação de Augustus Goetz e Ruth Goetz e direção de Flávio Rangel. O traço marcante de espetáculos que envolveram muitos artistas permanece: Direção (assistente) Sônia César, Direção de cena Airton Franco, Cenografia Tulio Costa, Cenotécnica Álvaro Fagundes, Ênio Gaio, Ítalo Biggiani, José Revoltos Mir, Luiz Diniz, Phernando Temudo, Toshimitsu Shimada, Figurino Ninette van Vüchelen, Iluminação Flávio Rangel, Operação de luz Paula Weudes, Trilha sonora Murilo Alvarenga, Operação de som Paula Weudes E... mais... o elenco Kito Junqueira, Laura Cardoso, Marcos Mello, Miriam Mehler, Mirthes Mesquita, Sérgio Viotti / Dr. Sloper (Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes - APCA), Sônia César, Suzy Arruda e Tatiana Nogueira. E... Produção Antonio Fagundes, João Roberto Simões, Kito Junqueira, Lenine Tavares e Miriam Mehler ; Fotografia Valdir Silva e Camareira Maura Barbosa Dantas.

“ALEGRO DESBUM – se o Martins Pena fosse vivo” esteve em cartaz em maio, 1987. Com Direção: Silnei Siqueira; Cenografia: Marcos Weinstock ; Figurino: Sonia Karakas ; Sonoplastia: Ney Carrasco ; Contra-regra: Celso de Liso ; Pintura do cenário: Bir ; Fotos: Edu de Paul ; Operador de luz: Fernandinh ; Operador de som: Fernandinh ; Assistente de direção: Francarlos Rei ; Diretor de produção: Francarlos Rei ; Assistente de cenografia: Hélio Peixoto Junio ; Divulgação: José Danta ; Cenotécnico: Paulo Roll ; Cabelos: Susana de a Lastr ; Camareira: Tic ; Fotos: Valdir Silv. Elenco: Antônio Petrin [De Marco]; Eugênia de Domenico [Enia] ; Francarlos Reis [protético]; Graça Berman [Teresa]; Henrique Lisboa [Sá Gomes]; Laura Cardoso [Cremilda] ; Mario de Luca [Buja]; Noemi Gebelli [Eloneida] ; Walmyr Barros [Escoteiro].

Na década de noventa

“Ressuscita-me” estreou em 1994. O texto de Rodolfo Santana teve direção de Marco Antonio Rodrigues, cenografia e figurino de Marcio Tadeu. No elenco Dalton Vigh, Márcio Marinzeck, Nani de Oliveira, Nelsinho Ribeiro, Renata Zanetta e Saryda Andara.

O espetáculo “Vermuth” de Aimar Labaki, estreou sob a direção de Gianni Rato em 1998. Assistência de direção e preparação corporal: Ariela Goldmann. Assistência de cenografia: Beto Amorim. Cenografia: Fábio Namatame. Trilha sonora: Aline Meyer. Efeitos especiais: Fran Barros. Técnicos: Jackson Kloch, Maurício de Almeida Junior e Joaz Ferreira. Administração: Sonia Botture e Roberto Mars Junior. Direção de Produção Leopoldo De Léo Jr. Elenco: Graça Berman, Milhem Cortaz, Suia Legaspe e Maurício Xavier. Temporada: de 17/04 a 14/06/1998, 21 h, no Teatro Itália. Público/Sessões: 1249 pessoas em 28 sessões (Vermouth – Site (cialetrasemcena.com.br)).

Um novo século, não mais no Jardim da Infância

“Autor: Era preciso haver um meio de juntar tudo o que já vivi, de fazer com que nada escape à minha memória. Depois era preciso aprender a contar tudo isso aos outros, contar bem contado”. Trecho inicial da peça Somos todos do Jardim da Infância, de Domingos de Oliveira.

Nos anos 2000 algumas produções tiveram espaço no palco do Teatro Itália. Foram elas: Véspera (2012), de Camila Appel, filha da dramaturga Leilah Assumpção. Callas (2014) Autor: Fernando Duarte, Direção: Marília Pêra, Elenco: Claudia Ohana e Cássio Reis. Já “Dias de Felicidade” de Leilah Assumpção, estreou em junho de 2015 (depois de uma reforma pela qual o teatro passou). Cenário de Chris Aizner e Nilton Aizner, figurino de Fabio Namatame e trilha sonora de George Freire e João Cristal, para o desempenho do elenco formado por Lavínia Pannunzio e Walter Breda. O mito Marilyn Monroe é retratado sob a perspectiva do autor do texto teatral Fernando Duarte – novamente a direção de Marília Pêra surge no espetáculo “Depois do amor”. Em 2016 o elenco formado por Danielle Winits e Maria Eduarda de Carvalho justapõe Marilyn e Margot (uma mulher comum), para assim, expor a alma feminina. “Nunca fomos tão felizes” estreou em 2019, tendo no elenco Eduardo Martini, Larissa Ferrara, Luccas Papp, Mateus Monteiro e Nicole Cordery, com texto e direção de Dan Rosseto (ganhador do Prêmio Nelson Rodrigues de personalidade do Teatro de 2018) - https://jornalreport.com.br/wpcontent/uploads/2019/01/Nunca-fomos-t%C3%A3o-Felizes--768x383.jpg.

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Situado no Edifício Itália, o segundo maior da capital paulista, e protegido pelo Patrimônio Histórico, o Teatro Itália é um dos mais belos espaços artísticos da cidade. Em avaliação de 2014 do jornal Folha de São Paulo foi considerado dentre a lista dos teatros cinco estrelas da capital paulista.

Reinaugurado em 2015 depois de uma completa reforma de infraestrutura, o Teatro Itália voltou a ser uma referência da arte, cultura e entretenimento para a população paulistana, além de tornar-se parada obrigatória no roteiro turístico de quem visita a maior metrópole do país.

Em 2022 reabre às portas pós pandemia, sob a administração do Grupo Bandeirantes, e assim permanece até 2024, com a esperança de que a arte se perpetue e prospere.